Olá, caro leitor.
É bom tê-lo novamente como visitante deste blog.
Caso nos visite pela primeira vez, fique a vontade para percorrer todas as páginas do blog.
Por exemplo, na página
Drogas na Família você vai encontrar um teste interessante de como saber se seus filhos terão maior ou menor probabilidades de usar drogas;
E na página
Projeto previne-se você vai encontrar tudo sobre os efeitos das drogas sobre o SNC (Sistema Nervoso Central) e as implicações na saúde do usuário.
No entanto, aqui eu quero falar um pouco sobre os problemas que eu tenho enfrentado na minha vida, e nem por isso, eu recorri ao uso de drogas como amuleto dos meus problemas.
Desde os primeiros anos de vida eu já passei por grandes problemas. Aos 2 meses de idade fui operado para retirada de um tumor no mamilo esquerdo. Por volta dos 2 aos sete anos de idade eu sofri de pneumonia aguda, muitas dores e pontadas no peito, indo sempre a hospitais e clinicas para buscar uma cura para meu problema.
Aos sete anos de idade a pneumonia sumiu da minha vida. Mas ao completar 9 anos meus pais se mudaram para Rondônia, no coração da floresta amazônica, e para lá fomos nós, de caminhão pau de arara, 5 dias de viagem. Muito sufoco, sofrimento, pois éramos em 4 famílias debaixo de uma lona, amontoados em alguns colchões no meio da pouca mudança que tínhamos. Ao chegar em Rondônia, lembro-me bem do endereço, era na linha 106, no 6º km. Dava mais ou menos 30 km de distância de Nova Brasilândia D'Oeste. Lá, naquele local fechado de árvores, numa casinha de chão, fomos morar em 2 famílias, divididos por uma parede no meio da casa coberta de tabuinha. Mas o pior ainda estava por vir.
Éramos em sete na nossa família, e todos, menos meu irmão caçula que na época tinha 2 anos de idade, fomos acometidos de malária, uma febre terrível que assolava os novos desbravantes da floresta. Também conhecida como maleta ou peste negra. Nós não sabíamos como tratar da doença, meu pai gastou todas as economias que levou para comprar um pedaço de terra em busca da cura que não vinha. Eu mesmo peguei a febre 4 ou 5 vezes. Isso porque a febre ia e voltava cada vez mais forte. Uma vez eu, meu pai e minha irmã, mais nova que eu, tivemos que andar todo aquele trecho a pé para chegar na cidade, o caro leitor consegue imaginar duas crianças caindo de febre andando mais de 10 km a pé, para chegar ao hospital? Só não andamos os 30 km porque um jeep veio e nos deu carona, senão eu nem sei se chegaríamos na verdade, de tão mal que estávamos. O jeep veio e chegamos na cidade. Os remédios que meu pai comprou não valeram de nada, pois para curar malária havia os remédios próprios, que eram os comprimidos oferecidos pela SUCAM, mas a gente não sabia. Andamos tudo aquilo à toa, pois voltamos doentes para casa mesmo assim. Depois disso que descobrimos como tratar da malária, mas nessa altura, meu pai já havia gastado as economias para comprar o lote. Em dois meses, fomos embora pra cidade de Nova Brasilândia, o dinheiro que sobrou meu pai comprou um barraco de chão e madeira na cidade, sem luz elétrica, sem água encanada, sem nada. Ali moramos quase 10 anos. Ali fui pra escola, sofri bullyng na escola pois além de pobre eu ainda me achava feio pois tinha muitas sardas no rosto e pescoço, os colegas me chamavam de polaco azedo é mole? hoje olhando nas fotos, vejo como eu era um garoto lindo e amoroso, mas eu me achava feio, e isso me fazia sofrer muito. Eu ia trabalhar na roça, e lá o sol queima 40 graus o dia todo, e um alemão, sem protetor solar, só por Deus mesmo. Acabei com minha coluna carregando sacos de café verde nos ombros, meu pescoço queimava tanto no sol que produzia bolhas, a pele dos braços, do rosto e pescoço queimavam e depois se soltavam, parecia até cobra trocando de pele. Eu me lembro que uma vez eu comecei a chorar, a gritar desesperadamente, sozinho, lá no meio da roça. Eu gritava e ao mesmo tempo, com uma faca, raspava a pele morta dos meus braços. Sofri muito na minha vida. Tem muita coisa que eu passei por alto, pois se fosse escrever tudo, acho que daria um livro. Na escola por exemplo, a gente ia só com um caderno pequeno, um toco de lápis e uma borracha suja e gastada dentro de uma sacola de açúcar ou embornal. Eu e meus irmãos íamos para o lixão do colégio procurar lápis de cor e giz de cera para as aulas de arte, pois a gente não tinha. De vez em quando a gente achava réguas, canetas, apontadores, e ficávamos felizes com isso. Em casa a gente trocava de lápis de cor, canetas, pois às vezes minha irmã ou meu irmão tinha dois da mesma cor e o outro não tinha daquela cor, a gente trocava um com o outro, e até nos divertíamos com isso. A gente brincava de soltar pipa, aliás, capuxeta, não sei se o leitor sabe o que é isso, capuxeta é uma folha de caderno dobrada em três, amarrada em uma linha, com uma pequena rabiola, ela subia até bem nas épocas de vento. Meu irmão, o caçula, chamado Ezequiel, até quebrou o braço, ao cair de um banco, quando estava soltando capuxeta, ao olhar pra cima, ele caiu e o braço não aguentou.
Certa vez eu fui levar almoço para o meu pai e irmão mais velho, o Arquimedes, e à tarde, fiquei ajudando ele a terminar de carpir uma lavoura de café, quando fui picado por uma cobra. O meu irmão, nem quis ir comigo ao hospital, ele apenas matou a cobra, a pôs dentro de uma sacola e me mandou ir embora sozinho pois ele teria que terminar a empreitada. Lá fui eu, 3 km a pé, nunca andei tão rápido em toda a minha vida. Mas tive uma grande surpresa ao chegar ao hospital, pois o mesmo estava em greve, e ninguém me atendeu. Fiz uma oração ali mesmo e fui pra casa, esperando a morte. Chegando em casa, meu pai me deu uma colher de sopa repleta de olho copaíba, então eu fui pra cama. olho copaíba a gente toma apenas um pingo, numa colher de sopa cheia de açúcar. Eu tomei uma colher cheia de óleo puro. Quando deu meia noite, eu acordei, estava todo molhado. Achei que fosse sangue saindo pelos poros, achei que estivesse morrendo já. Mas graças a Deus, era apenas suor. Por um milagre, no outro dia eu não tinha mais nada, e fui fazer as atividades rotineiras. Passados uns tempos meu próprio pai me mandou embora de casa, porque eu havia gasto um dinheirinho que ganhei apanhando café, para comprar uma calça jeans que eu queria muito. Peguei meus poucos pertences e, em um carrinho de mão, fui para a casa de um irmão da igreja. De lá, fui para o colégio interno, onde fiz o segundo grau.O tempo passou, muitas coisas mais aconteceram, realmente minha vida da um livro kkk. Agora eu já era um líder de equipe de vendas, estava viajando de Cachoeiro de Itapemirim, ES, até Uberlândia, MG, de carro com mais 3 colegas, para um treinamento de líderes. Um deles era o motorista, e o nosso chefe. Na volta, a 100 km por hora, numa curva, pista molhada, o carro desgovernou-se e fomos parar em um barranco de 4 m. abaixo. Não dava nem pra ver o carro lá embaixo. Um acidente muito violento, o carro, um santana 2000, deu perca total, mas nós 4 saímos ilesos.
Muitas dificuldades, muitas lutas, muitos sofrimentos, mas o que eu quero salientar aqui é que jamais passou na minha cabeça de procurar aliviar meus sofrimentos atrás de um copo de bebida alcoólica, ou de uma droga qualquer. Também jamais saí da igreja, já fui traído pela mulher que eu mais amei em toda a minha vida, e nem por isso eu precisei ir atrás de amuletos para aliviar minha dor. sempre enfrentei os problemas de cabeça erguida, jamais abandonei a igreja, jamais deixei de lutar e de acreditar. Cometi erros sim, mas continuei, andando, e sempre olhando pra frente e pra cima. Qualquer pessoa de sucesso olha pra frente e pra cima. Assim como a águia. Diferentemente das aves de rapina, que olham pra baixo, e nas dificuldades, elas vão também pra baixo. Quando vem uma tempestade, as aves de rapina muitas vezes morrem, pois aprenderam a olhar pra baixo, e abaixo da tempestade, se sofre a tormenta. A águia é diferente. Quando vem a tormenta, ela dá um voo rasante, atravessando as nuvens negras, pois sabem que acima delas, está um céu azul, onde ela plana vitoriosa. eu sempre pensei como águia, por isso estou aqui hoje escrevendo esse blog, e espero que ele possa te ajudar de alguma forma.
Razões pelas quais consegui vencer as dificuldades até aqui:
- Espiritualidade: Eu nunca deixei o meu Deus de lado. Sempre o busquei e Ele sempre me ajudou, mesmo nas dificuldades mais duras;
- O apoio e amor da minha mãe: Ela é minha heroína, sempre orando por mim, sempre fazendo de tudo para me ajudar. Ela me ajudou muito, mas as duas coisas que eu considero mais importantes que minha mãe fez por mim foi ter sempre me conduzido à igreja e ter me encaminhado para o colégio interno. Lá eu terminei de aprender a ser homem de verdade.
- Acreditar: Eu jamais deixei de sonhar. Sou um homem sonhador. Sonho muito, viajo no mundo dos sonhos, até hoje, depois eu transformo esses sonhos em planos e metas, e por fim fui em busca dessas metas. Eu sofri bullyng, sofri privações e doenças, baixa auto-estima, e mesmo assim, continuei sonhando e olhando sempre pra frente e pra cima.
Com essas três colunas ninguém segura a gente. Pode acreditar.
Finalizando esse blog eu quero deixar uma mensagem pra você pai, você mãe, ou você adolescente. Talvez você tenha passado ou esteja passando por graves problemas assim como eu passei. Eu quero dizer a vocês que as drogas não é solução pra ninguém. Elas só pioram ainda mais as coisas. Então seja forte, seja corajosa ou corajoso, olhe sempre pra frente e pra cima, sabendo que acima das tempestades,há um céu azul e um lindo sol a brilhar esperando por você.
Um, grande abraço. Que Deus os abençoem. Em breve teremos novas postagens interessantes. Não deixe de ler os demais artigos, quem sabe algo lhes seja útil.
Caso deseje me ajudar na luta contra as drogas, não deixe de ler
aqui.
Sucesso!!